segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Cobrando os Verdadeiros Culpados

Primeiro é necessário ressaltar que diferentemente de outros rubro-negros, não costumo analisar superficialmente as fracas atuações do Flamengo como se ignorasse completamente as sem-vergonhices dos vigaristas que exercem cargos diretivos no clube e como se vivêssemos num mundo paralelo. Posiciono-me criticamente, analisando ângulos diferentes e utilizando a chamada cosmovisão flamenga. O leitor irá perdoar a minha incapacidade de analisar friamente o desempenho de times de futebol que não recebem em dia. Visto que é tarefa ingrata e ilógica perder tempo analisando atuações de jogadores que não recebem há três meses. Seria o mesmo que cobrar energia a quem não faz uma refeição há três dias. Sou hiperbólico, belicoso, maledicente e mal-humorado. Sim, eu reconheço. Não consigo mudar. Mas felizmente ainda não me abastardei suficientemente tal e qual parte da torcida achando que as mazelas pelas quais atravessa o clube nos últimos anos são obras exclusivas dos treinadores e dos pernas-de-pau que abundam no clube.

Se outros espaços desperdiçam incontáveis linhas concentrando inutilmente o arsenal de esculachos na direção dos nossos insossos jogadores e debatendo sobre quem será o próximo técnico a assumir o cargo e a tomar no cu com os sucessivos problemas de atrasos salariais que minam o clube, eu continuo cá em minha luta solitária, dando minha humilde contribuição colocando um grãozinho de areia na tentativa de extirpar a raiz do verdadeiro mal do clube: a diretoria.

Faço aqui um mea-culpa e reconheço que andei perseguindo exageradamente o Cuca no início da competição. Ele pode ter pecado em diversos aspectos - a insistência em Obina, por exemplo -, mas confesso aos senhores que não tenho mais cara de pau suficiente (pois já tive) para me posicionar criticamente contra elenco e treinador se recebo informações diárias da administração deplorável, irresponsável, gananciosa, dinheirista, escroque, incompetente, filha-da-puta, condenável e trambiqueira que comanda o clube. Se os atuais líderes de Torcidas Organizadas do Flamengo não fossem tão vergonhosamente subornáveis (pois não creio que sejam tão cegos), aquela bomba lançada no gramado da Gávea teria outro destino, não muito longe dali.

Ora, por favor, apresentem-me uma fórmula mágica que torne possível e viável exigir de atletas que não recebem há dois meses (mais 13°) concentração total para assimilar as determinações táticas e coletivas nos treinamentos no dia a dia. Ficaria bastante agradecido. Parece óbvio a qualquer sujeito que possua raciocínio pouca coisa superior ao de Kleber Bambam que, o outro Kleber, o Leite, faça imposições ao treinador e estabeleça regras claras de escalação obedecendo a uma ordem decrescente de salários. Quem ganha mais, tem prioridade. Ex. Obina ganha aproximadamente R$150 mil, e não sai do time nem marcando contra a própria meta. Leonardo Moura não joga absolutamente caralho nenhum há muito tempo, mas tem sua escalação bancada pelo homem forte do clube. É sabido que Cuca deseja enlouquecidamente bicar o rabo do funkeiro, mas forças internas o impedem.

Percebem? O treinador que deveria receber blindagem total e apoio irrestrito da diretoria, é minado de todas as maneiras. Não tem carta branca para barrar medalhões; não pode cobrar empenho, pois os jogadores não recebem; enfim, caros amigos, não se espantem se amanhã Cuca se opuser à trama diabólica engendrada no clube e for inexplicavelmente demitido dando lugar a um fantoche mais obediente. Um Renato Gaúcho, por exemplo.

Não acho que seja complicado entender definitivamente que nem mesmo uma experiência cientifica de ressurreição e clonagem inédita unificando os falecidos Rinus Michels e Telê Santana resultaria em treinador capaz de resolver o problema catastrófico e sem precedentes que existe hoje na Gávea. Por que então não abolir o "Fora cuca!" e aderir ao "Fora Kleber Leite!" e ao "Fora Márcio Braga"? Por que não cobrar a austeridade financeira tão apregoada em dezembro de 2003, na eleição de Márcio Braga? O TETO SALARIAL DO FLAMENGO, UM CLUBE QUEBRADO, EM INSOLVÊNCIA, BEIRA HOJE OS IRRESPONSÁVEIS R$4 MILHÕES!

Portanto, concentrem seus questionamentos em direção aos imbecis engravatados que comandam do clube. Os jogadores não têm porra nenhuma a ver com isso. Eles não bateram na porta do clube pedindo emprego. Os senhores Márcio Braga, Kleber Leite, Plínio Serpa Pinto e Isaías Tinoco nos devem explicações completas e detalhadas sobre esse elenco recheado de medalhões inúteis e sobre a dívida de R$93 milhões adquirida no período 2005-2009.

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