Confesso, caros amigos, que em nada me surpreendeu a inqualificável estréia do Flamengo na Taça Guanabara. Em verdade, vi o esperado de sempre: a preguiça, a indolência, a terrível apatia desses que hoje trajam (imerecidamente) o incomparável Manto noutrora honrado e consagrado pela espartanidade em campo de Zico, Rondinelli, Júnior, Anselmo (esse que, a mando de Carpegianni, socou impiedosamente a cara do sanguinário e líder do grupo de assassinos do Cobreloa, o tal Mario Soto, na guerra da final da libertadores de 81) entre outros. Creio que seria demais, em uma estréia de um campeonato famoso por seu baixo nível, pedir espírito de luta a um grupo capitaneado pelo INSUPORTÁVEL Léo Moura e sua histórica displicência. Antes que me acusem de acusar o inacusável, desafio o leitor a fazer um fatigante exercício de memória e tentar lembrar a última grande partida do nosso glorioso camisa 2.
Parece-me evidente que o time deixou muito a desejar. Devemos rechaçar desculpinhas esfarrapadas do tipo “faltou de ritmo” – “o Friburguense treinou mais durante a pré-temporada”, e etcetera. Se por um lado as agremiações menores estão escrotamente autorizadas a usar a estúpida e esfarrapada desculpa do desentrosamento e da disparidade física entre os times (justificação abominável), é de conhecimento público que do outro há o Flamengão e sua base mantida de 2008. Posto isso, me é forçoso condescender com tão vergonhoso resultado em que, noutros tempos não tão longínquos, uma vitória contra um microscópico adversário da maneira em que se sucedeu, com gol legitimo dos pigmeus sendo descaradamente anulado, seria motivo mais que suficiente para um desconto de 40% do salário, e porventura em caso mais agudos, a demissão sumária de todo o elenco. Infelizmente, os escroques engravatados que hoje comandam o time de infância de Zico primam pela falta de culhões e pelo excesso de tolerância. Vide os vergonhosos resultados de 2008. A missão de honrar o Manto rubro-negro é hercúlea, não é pra qualquer um.
Antes de continuar, aviso que não haverá analises individuais ou considerações sobre a atuação(?) do time neste ensaio. Abrirei uma exceção para destacar dois pontos merecedores nota nessa lamentável atuação de ontem, em que um vexatório empate faria mais justiça.
Começo, pois, por Marcelinho Paraíba. Esse sujeito com sérios problemas de dicção. Esse cidadão incapaz de pronunciar o sacratíssimo nome “Flamengo” corretamente (ele diz Framengo). Segundo consta, esse rapaz anda insatisfeito por não ter recebido ainda uma pequena fortuna a que tem direito, quantia acordada na assinatura do contrato, o que chamamos tradicionalmente de “luvas”. Ora, que esse merda tem na cabeça (a frase já sugere a resposta)? Para entrar em campo de maneira tão negligente e perigosa, deixando claro e manifesto o seu descontentamento com a situação financeira do clube? Argumentará o atento leitor: “Ah, mas se ele pedisse para não jogar, seria chamado de mercenário”. Seria sim, mas não por este que vos escreve. Receberia meus sinceros aplausos, caso honesto fosse ao assumir que tamanho descontentamento poderia interferir em seu rendimento dentro de campo. Não se pode permitir que um sujeito entre desgostosa e aveadadamente em campo, sem a mínima vontade de acertar, com o terrível efeito de se queimar inutilmente uma substituição no intervalo, como ocorreu na tarde deste domingo. Isso não pode ocorrer. No pavoroso Lancenet! (site escroto e extremamente sensacionalista) li que o supracitado pulha estuda uma transferência para a uma suspeitíssima agremiação de Minas Gerais. Poderiam liberá-lo de graça, mas como dinheiro ainda não nasce em árvore, deve-se exigir uma quantia razoável, já que no elenco celeste não há jogares qualificáveis (ao menos os negociáveis) para vestir o Manto rubro-negro numa improvável troca. Com a chegada de Zé Boteco, podem dispensar o meliante, mas não de graça.
Tratemos agora do sr. Alexis Stival, nascido em Curitiba, mais conhecido como Cuca, muito famoso por sua incapacidade de dar voltas olímpicas em gramados. O paranaense tem finalmente a sua grande chance na carreira. Terá a oportunidade de ganhar algo na carreira além de míseros tapinhas nas costas e os elogios: “o time jogou bonito, você está de parabéns, não vá desistir”. Não restam duvidas que está no lugar certo, ao menos no que concerne à cidade do Rio de Janeiro. Ele passa a estar no topo da cadeia alimentar futebolística carioca, dessa vez atuando como um voraz predador de presas fáceis e indefesas (como testemunhamos nos últimos anos), e não um simples decompositor a pegar excrementos que lhe sobra na selva futebolística. Boa sorte, e trate de desfazer rápido esse esqueminha covarde repleto de volantes. Mantenha uma fisionomia positiva, esqueça o passado. E sejas homem, e trates de mandar o Obina para a casa do caralho antes que seja mui tarde.
Espero que diante do poderoso Bangu na próxima rodada, jogo que acontecerá na aprazível cidade de Volta Redonda, Ibson e cia estejam minimamente inspirados, e que Obina seja banco. É o mínimo que se espera.
* Na imagem, Geraldo Cleofas Dias, o Geraldo assobiador. Foi campeão carioca de 74, chegando a fazer grande sucesso à época. Morreu prematuramente aos 22 anos, deixando uma promissora carreira. Segundo conta a lenda, Geraldo assobiava enquanto jogava e entortava seus adversários.