sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Epístolas às Laranjeiras


Caríssimos compatriotas tricolores,

como eu havia avisado: alguma coisa está fora da ordem. E friso: a ordem ainda não foi restaurada. O ano passado não acabou nada bem, e este continua seguindo os mesmos passos. Os mesmos erros repetindo-se constantemente – sobretudo na lateral direita.

Antes, no Fluminense, esse já foi um posto nobre, por onde desfilaram jogadores do quilate de Carlos Alberto Torres (foto). Hoje, inequivocamente, temos um estranho na antes tão bem sucedida posição: Wellington Monteiro – jogador de um passado futebolístico duvidoso, um presente atemorizante e um futuro, se houver futuro, nada promissor.

As laterais não foram feitas para a covardia. Tornaram-se, com a evolução do futebol, corredores estratégicos de ataque. O Fluminense parece ter-se esquecido disso. Na direita, um caranguejo, e, na esquerda, um jogador de bom nível que parece ter as pernas atadas neste princípio de campeonato. O time não tem aonde desafogar o meio-campo, e o ataque, ah! o ataque...

Leandro Amaral é um bom jogador, sim. Contudo, o brilho dourado que pintavam nele era mera responsabilidade do restante elenco cruz-maltino, que causava um contraste tremendo graças a sua completa incapacidade. No Fluminense, ele jamais funcionará sozinho; e o trabalho fica ainda mais complicado ao lado de um jovem jogador com pique de aposentado da Vale.

O espaço central do elenco tricolor ainda resta ao esforçado e talentoso Conca, mas ele é, infelizmente, precedido por dois jogadores de índole controversa: os dois volantes – Diguinho e Jaílton – parecem querer tratar a bola com carinho, no entanto decepam calorosamente as canelas adversárias, cometendo faltas perigosas e desnecessárias.

Leandro Domingues, devo confessar, ainda pode dar certo: não cometerei qualquer injustiça prematura. Porém, todo jovem jogador precisa de time que o apóie. E não é bem assim que a coisa anda.

A defesa esteve, com poucas exceções, satisfatoriamente segura. E esse é um quesito importante a ser observado. Tricolores, que nossa evolução continue: que os volantes façam lançamentos primorosos a laterais velozes, que cruzarão na medida para cabeceadas certeiras de artilheiros natos.

Desafortunadamente, esse futuro me soa um tanto quanto remoto. Até lá, espero uma prova que me faça acreditar.

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