segunda-feira, 9 de março de 2009

Esperando por Fred e Parreira


Prezadíssimos compatriotas da nação tricolor, aquela da população seleta – selecionada, individualmente, de todos os estratos sociais, pela capacidade humana de evolução mental.

O jogo de domingo reflete um interessantíssimo quadro para observarmos e nos alegrarmos em face do futuro próximo. A partida, totalmente sem emoções (a não ser a angústia eterna pela espera do gol), foi facilmente dominada pela nossa equipe. Os pequenos lapsos foram pequenos demais e seguramente contornados.

Então, por que o Fluminense só fez gol aos 45 do segundo tempo? Por que foi tão longa a espera por essa chance clara? Por que nossas jogadas terminavam na intermediária adversária? Por que os laterais chegavam à linha de fundo e cruzavam para simples cortes da defesa adversária?

Um nome: Fred. Por mais que se movimente, Everton Santos não causa grande impacto na defesa adversária. Estou falando daquele impacto que antecede o próprio jogo. Aquele medo que acomete os zagueiros na noite anterior, que não os deixa dormir. Os calafrios que nossos rivais vão sentir a cada partida, assim que tivermos nossa grande contratação em campo.

***

Perdoem-me, mas eu não poderia, meus caros, deixar de abrir um singelo espaço para o grande acontecimento esportivo do fim de semana: o gol de Ronaldinho. O Ronaldinho, reserva constante na copa de 94. O Ronaldinho, que deixou o Brasil todo aflito em 98. O Ronaldinho, o grande nome da Copa de 2002, que sempre deu novas esperanças para esse povo tão intimamente ligado ao futebol – esse veneno-remédio que provoca a febre e o riso.

Para resumir ao sublime essencial, limo as duas brilhantes jogadas que o antecederam e descrevo o fatídico gol, deixando a cena explicar-se:

Duas jogadas que deixariam nosso personagem na cara do gol falham, resultando um escanteio. No tiro de canto, Douglas faz a bola cruzar quase toda a extensão da área. Dentro da área, os defensores palmeirenses estão em polvorosa, mas, repentinamente, estancam – olhando na direção do temido. Havia um Marcão à sua frente, o arqueiro assustado no meio da meta e outro defensor posicionado na linha do gol. No momento da conclusão, Marcão cai; os jogadores arregalam os olhos, sensitivos; o goleiro, incrédulo, só ensaia uma defesa; e o jogador que poderia fazer o corte providencial não se move, como se uma força extraterrena o prendesse ao gramado.

Luxemburgo acusou o árbitro, dizendo que ele gostaria de ver o gol de Ronaldinho. Ei, Luxemburgo, todo mundo queria ver.

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